Como a IA Generativa Está Redefinindo Estruturas de Equipe

Os próximos três anos trarão mudanças significativas na composição das equipes, especialmente em funções operacionais. A adoção de IA generativa já antecipa realocações, redução de headcount e reconfiguração de tarefas.

A automação já não é invisível

Entre os entrevistados na pesquisa global da McKinsey com líderes que já utilizam IA generativa, 22% afirmam que suas áreas de operações de serviço devem reduzir em mais de 10% o número de colaboradores até 2027. Em supply chain, esse percentual é de 18%. Em ambos os casos, menos de 10% preveem crescimento.

Esse movimento sinaliza uma inflexão clara: onde a IA substitui atividades repetitivas ou supervisionadas, o impacto no emprego não é apenas um risco futuro, mas uma reorganização já prevista. Para a AI Brasil, esse dado reforça a necessidade de lideranças preparadas para lidar com o redesenho estrutural que acompanha a adoção tecnológica.

Onde o impacto será mais intenso

Funções como service operations e supply chain são as mais diretamente impactadas, com projeções de queda entre 11% e mais de 20% na força de trabalho. A natureza dessas áreas, com alto volume de tarefas processuais e ambiente supervisionado, as torna candidatas naturais à automação via IA generativa.

Áreas como RH e manufatura também apresentam expectativa de queda em torno de 15%. Mesmo funções antes consideradas menos automatizáveis, como compliance, estratégia e marketing, começam a demonstrar estimativas de contração, ainda que com menor intensidade e com margens maiores de estabilidade ou crescimento controlado.

Nem toda função encolhe: algumas devem crescer

Apesar da predominância de previsões de redução em áreas operacionais, outras funções projetam crescimento líquido. Desenvolvimento de produto e TI, por exemplo, têm 31% e 29% dos entrevistados esperando crescimento nos próximos três anos, com destaque para ganhos acima de 10%.

Isso reflete uma tendência de reequilíbrio: enquanto atividades executoras são automatizadas, cresce a demanda por funções ligadas à criação, integração de IA e supervisão estratégica de sistemas. A adoção da tecnologia desloca o foco de quantidade para qualificação.

Como antecipar as mudanças e agir com responsabilidade

  1. Mapeie funções por tipo de tarefa: identifique onde há maior volume de processos repetitivos passíveis de automação.
  2. Invista em reskilling e upskilling: direcione recursos para treinar equipes em IA, análise de dados, supervisão técnica e gestão de modelos.
  3. Crie planos de transição com transparência: alinhe expectativas com colaboradores e defina critérios claros para reposicionamento interno.

Liderar a mudança é melhor que responder a ela

A redução de equipes em algumas áreas não deve ser vista apenas como perda, mas como parte da transformação necessária para operar com mais inteligência, foco e sustentabilidade. O desafio está em preparar as pessoas e os processos para essa nova lógica.

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