O uso de ferramentas abertas de inteligência artificial generativa já é realidade no dia a dia de muitos profissionais. No entanto, a distância entre o uso pessoal e a adoção institucional ainda é grande. A transformação começa no indivíduo, mas precisa ser absorvida pelas estruturas corporativas para gerar impacto real.

41% dos profissionais já usam ferramentas abertas de GenAI, como ChatGPT, em suas rotinas. Mas apenas 9% utilizam soluções integradas aos sistemas próprios das empresas. O dado, extraído do relatório Thomson Reuters 2025, revela um cenário de descompasso: a experimentação está avançada no nível individual, mas a maturidade organizacional para absorver essa tecnologia ainda é baixa.
Uso pessoal disparou, puxado por ferramentas abertas
Entre todas as opções, o uso de ferramentas open-source como ChatGPT é, de longe, o mais frequente. Já representa 41% dos casos de uso pessoal de GenAI, seguido por 17% em soluções pagas específicas para a indústria, e apenas 9% integradas aos sistemas próprios das empresas.
Esse dado mostra que a curva de adoção está sendo impulsionada de baixo para cima. Profissionais estão incorporando IA em tarefas como redação, brainstorming, programação, análise de documentos e automação de respostas. Segundo a OpenAI, usuários do ChatGPT aumentam sua produtividade em até 40% em tarefas cognitivas repetitivas.
Esse movimento traz ganhos imediatos, mas também riscos. Sem diretrizes claras, muitos profissionais acabam usando dados sensíveis, informações internas ou conteúdos estratégicos em ferramentas abertas, o que compromete a segurança e a governança de dados corporativos.
As empresas ainda estão decidindo como reagir
Enquanto os indivíduos avançam, as empresas seguem em análise. Apenas 17% dos entrevistados afirmam que pretendem adotar ferramentas pagas específicas. Um terço (33%) ainda está avaliando se deve ou não usar GenAI, e 25% indicam que suas áreas ou departamentos não têm planos de adoção.
Esse gap entre uso individual e adesão institucional aponta para uma ausência de política clara sobre IA na maioria das organizações. A hesitação é compreensível: envolve aspectos regulatórios, riscos jurídicos, treinamento de equipes e alinhamento com a cultura organizacional.
Segundo a McKinsey, organizações que adotam IA de forma estruturada obtêm melhores resultados não apenas em produtividade, mas também em satisfação dos colaboradores e inovação contínua. O segredo está em transformar o uso pontual em estratégia sistêmica, com critérios de uso, revisão humana e integração com fluxos críticos de trabalho.
A ausência de política já é uma política, e pode custar caro
Um dado relevante: 22% dos entrevistados afirmam não saber se podem ou devem usar GenAI, ou que isso não é responsabilidade deles. Isso evidencia a falta de comunicação clara e a carência de educação digital dentro das empresas.
Quando os profissionais não sabem como agir, tomam decisões individuais. E é nesse cenário que surgem problemas como uso indevido de dados, dependência excessiva de respostas automatizadas e falta de accountability sobre o que foi gerado por IA.
Empresas que não se posicionam acabam terceirizando a governança da IA para o colaborador — o que gera riscos técnicos, legais e reputacionais. Criar diretrizes de uso seguro, testar modelos internos e educar os times é hoje uma necessidade básica, e não uma sofisticação tecnológica.
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