Seguindo a lógica histórica dos grandes ciclos tecnológicos, a inteligência artificial representa mais do que uma inovação: é a nova fase da Era da Informação. Entender esse momento é essencial para decidir com clareza onde alocar atenção, recursos e estratégia.

A cada duas ou três décadas, uma nova tecnologia muda a forma como produzimos, nos organizamos e geramos valor. Foi assim com os semicondutores, com os computadores pessoais, com a internet e, mais recentemente, com o mobile. Agora, é a inteligência artificial que entra em cena, não como ferramenta, mas como plataforma de transformação econômica.
Segundo o framework de Carlota Perez, toda evolução tecnológica segue um padrão recorrente: um gatilho que desperta atenção global, seguido por uma fase de experimentação intensa, um ponto de virada institucional e, finalmente, um período de expansão e maturidade. A imagem destaca esse processo: da “irrupção” à “sinergia”.
A IA está neste exato ponto: entre a instalação e o início do ajuste institucional. Para quem atua com estratégia, inovação ou tecnologia, compreender esse estágio não é um exercício teórico, é uma vantagem competitiva.
O ciclo em andamento: como reconhecer os sinais
O lançamento do ChatGPT em 2022 marcou um divisor de águas. Em poucos meses, empresas, governos e usuários passaram a interagir com modelos generativos em escala. Isso acelerou investimentos, desbloqueou novas aplicações e aumentou exponencialmente o interesse por IA em todos os setores.
Essa adoção massiva e rápida é o que Carlota Perez chama de “gilded age”, um período de entusiasmo acelerado, em que os retornos são promissores, mas as estruturas ainda estão em formação. O que vem a seguir, inevitavelmente, é o ponto de ajuste: crises de expectativa, necessidade de regulação e pressão por resultados reais.
Nesse contexto, algumas perguntas precisam ser respondidas com maturidade:
- O modelo de negócios está pronto para escalar com IA?
- A infraestrutura tecnológica é compatível com o novo paradigma?
- A organização possui estrutura de governança para lidar com riscos emergentes?
O impacto da IA dentro da Era da Informação
A inteligência artificial não substitui os ciclos anteriores, ela os estende. A IA depende do que foi construído com cloud computing, big data e conectividade. Mas ela adiciona uma nova camada: a de aprendizado autônomo, interface conversacional e tomada de decisão algorítmica.
Se os anos 2000 foram marcados por APIs e o mobile-first, os anos 2020 serão lembrados pela migração para “model-first”. Isso muda onde o valor é criado, quem captura retorno e como o produto é concebido. Na lógica dos ciclos anteriores:
- Microsoft dominou o desktop.
- Amazon liderou na nuvem.
- Apple consolidou o mobile.
- Quem liderará a era da IA ainda está sendo definido.
O que sua empresa precisa considerar agora
Diante desse contexto, empresas que desejam se posicionar na nova fase da curva devem:
- Mapear sua maturidade em IA com métricas próprias.
- Investir em infraestrutura e capacitação antes do ponto de inflexão.
- Evitar decisões baseadas apenas em hype e buscar alinhamento com estratégia de longo prazo.
- Atuar de forma contracíclica, testando soluções antes que se tornem padrão.
As decisões tomadas nos próximos 12 a 24 meses definirão quem entra na fase de sinergia como protagonista, e quem ficará à margem da nova era.
Toda nova onda tecnológica parece confusa no início. Mas ao observar padrões históricos, o desenho se torna claro. A inteligência artificial é a nova onda da Era da Informação. O ponto de virada está próximo. E o tempo de construir posição é agora.
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